domingo, 10 de março de 2013

A Língua Portuguesa nos Currículos de Final de Século - MARINHO, Marildes


  Esta análise busca centralizar a atenção nas considerações apresentadas pela autora a respeito das abordagens de ensino da Língua Portuguesa nos Currículos observados de 19 estados. Para tanto, propõe uma viagem histórica que envolve as condições pedagógicas no tocante a língua e a gramática, partindo de propostas apresentadas nos anos 50 até os dias atuais. 
  MARINHO (p.45) enfatiza que para analisar um currículo devem ser levadas em consideração influências internas e externas, ou seja, o momento social e político em que essa produção se concretizou, além dos conceitos que envolvem os conteúdos específicos.
  Toma ainda como ponto de partida as modificações no material didático, no perfil do professor e do aluno a partir das mudanças e reivindicações na sociedade brasileira, pelo acesso da classe trabalhadora à escola, no decorrer dos anos 50. O aumento de alunos nos ensinos primário e médio requereu uma leva maior de professores de Português, consequentemente, uma demanda menos seletiva. Essas condições desvalorizaram o magistério e também o livro didático, que foi sendo modificado a fim de preencher as carências que o professor carregava por sua formação deficiente, por falta de tempo para o planejamento pedagógico e estudos, tornando-o cada vez mais dependente desse material que assumiu a função de produzir conteúdos e atividades para a prática docente. 
  Fazendo um paralelo com as condições vivenciadas em sala de aula atualmente, podemos concordar que o livro didático pode ser um aliado ou um supressor no desenvolvimento da autonomia do professor. 
   No que se refere aos conteúdos para a disciplina de Português, a autora faz uma crítica ao enfoque maior que se dá ao uso da gramática, mesmo sendo o “texto” nomeado como objeto principal de estudo. Os PCN`s para a Língua Portuguesa (p.29), deixam claro que:
Se o objetivo é que o aluno aprenda a produzir e a interpretar textos, não é possível tomar
como unidade básica de ensino nem a letra, nem a sílaba, nem a palavra, nem a frase que,
escontextualizadas, pouco têm a ver com a competência discursiva , que é questão
central.Dentro desse marco, a unidade básica de ensino só pode ser o texto(...)”
   É apresentado também que no ensino da Língua materna devem estar integrados os 4 eixos básicos da disciplina – Prática de leitura, Linguagem oral, análise e reflexão da língua (gramática) e produção textual. Porém, a autora reflete (p.47) que nos livros didáticos a gramática tradicional se impõe de forma altiva e autônoma.
   De acordo com a autora, os conteúdos a serem favorecidos pela disciplina de Língua Portuguesa hoje, são a língua escrita e a língua oral. Para tanto, em alguns currículos que pretendem redefinir suas concepções no que concerne a esses dois domínios apresentam-se, ao invés de listagem objetiva dos conteúdos como acontece nos currículos de concepção tradicional, textos extremamente argumentativos sobre os conhecimentos de linguagem oral e escrita. Essa é uma estratégia que tem o intuito de constituir um novo leitor.

   A maioria dos currículos, mesmo aqueles que dizem seguir concepções interacionistas, tentam articular as competências textuais e usos da língua como “representação do mundo e do pensamento”(p.50) com a gramática tradicional, fragmentação de textos em frases e na classificação gramatical das palavras.

   Em sua análise, Marildes Marinho diferencia alguns tipos estruturais de currículo, tomando como base a concepção de língua e de gramática. Detém-se por um lado naqueles currículos cuja estrutura é marcada por abordar os conteúdos específicos e não explicitar sua concepção de língua, reproduzem manuais didáticos tradicionais. Por outro lado existem aqueles cujo discurso está na proposta interacionista, porém se vê um misto de uso da Gramática tradicional e as competências de usos da língua, mas não conseguem articular diretamente o ensino da gramática com o desenvolver as habilidades de leitura e escrita . A autora faz uma forte crítica a esses currículos que “através da substituição das termologias preocupam-se em marcar uma mudança, mas acabam repetindo e reforçando modelos anteriores.”(p.62). Alguns de forma implícita colocam a gramática em uma posição de destaque.

   Embora esteja explicitado, como aponta a autora em alguns trechos retirados dos currículos analisados, que no processo de ensino aprendizagem a oralidade e o texto estejam em posição privilegiada, não se viu necessário evidenciar uma definição dessas categorias, tomando como pressuposto que elas são autodefinidoras, um engano.  O que se pretende, é questionar a função da leitura e da escrita. “Ler e escrever para quê?” (p.70).

  As propostas curriculares apresentam como objetivo central, para o ensino da Língua Portuguesa, que o aluno tenha o domínio da norma culta, com ênfase na modalidade da escrita  sendo, para tanto, condição para que ele exerça seu papel como cidadão transformador. Tendo em vista a unanimidade entre os currículos, em se estabelecer a função social da linguagem, no que diz respeito aos objetivos da leitura e produção textual, ainda não se vê uma (...) definição inteiramente compatível com tais pressupostos de reconhecer o papel da escola na formação do leitor e do escritor. Há também que se discutir a concepção de leitura como prática prazerosa, de criatividade e liberdade. Essa visão pode ser indício de uma representação menos consistente da atividade de leitura, algo que deve ser repensado na prática em sala de aula. Para tanto, declara a autora sua preocupação com os usos sociais da língua, demonstrando a importância de se trabalhar a multiplicidade textual, mas que devem ser levados em consideração as condições de alguns textos no cotidiano da sala de aula, volvendo a atenção para o objetivo daquele texto, o contexto em que foi escrito e se foi escrito para aquele público e com que intuito.
   No que se refere a importância da relação do texto oral e escrito, é fundamental perceber que a criança desenvolve a escrita a partir da linguagem oral, como representação exata. Na alfabetização, o professor serve como mediador dessa aquisição, tendo a função  de estabelecer  relação de proximidade entre as duas concepções, apresentando também as diferenças entre elas. Quanto a isso, a autora declara que é a partir da leitura que a criança constrói uma concepção a respeito da escrita e seu funcionamento.

  Declara também que nas séries posteriores a alfabetização essa ênfase atribuída à linguagem oral diminui, e até mesmo desaparece dando lugar ao estudo da gramática específica.
   Finalmente, a autora conclui suas análises mencionando a diversidade de concepções teóricas a respeito dos elementos linguísticos, apontando as dificuldades em se constituir o objeto de ensino da Língua Portuguesa hoje, além de perpassar pelo campo da avaliação, sugerindo e destacando estratégias encontradas nos currículos analisados.




quarta-feira, 6 de março de 2013

TRABALHO DE TAELP II - Pofº: Ivan Amaro


Análise do livro didático "Projeto em Prosa Língua Portuguesa 4º ano" de PRADO, Angélica e HÜLLE, Cristina da editora Saraiva

Organização do Livro

O livro vem dividido em 8 unidades, onde são usados duas por bimestre, que exploram e desenvolvem os conteúdos e conceitos estudados.
 
  Cada unidade aborda um gênero textual diferente, que é utilizado como ponto de referência para o uso da língua.

vAs unidades tem como abertura imagens que introduzem o trabalho a ser desenvolvido.
vGente que faz
  Nesta seção o aluno põe em prática o que aprendeu na unidade, mostrando sua criatividade e habilidade na língua escrita ao produzir textos.
vPalavra puxa palavra
  Onde o aluno constrói conhecimento dos usos da língua e reflete sobre a gramática.
vSopa de letrinhas
  Para o aluno trabalhar a ortografia a partir da observação das palavras e do modo como são escritas.

vConversa vai conversa vem
  É o momento em que a oralidade é privilegiada.
  É feita uma reflexão sobre o uso da língua falada em diferentes situações comunicativas, aprendendo a ouvir e a se expressar de forma adequada.

vSugestões de leitura
  Cada unidade apresenta sugestões de leitura de materiais impressos (livros, revistas ) que permite enriquecer ou ampliar os assuntos abordados.
vRaio X da escrita
  Sistematiza as estruturas de cada texto trabalhado, revisa sua produção para se apropriar das características do gênero e a reescreve aplicando os conhecimentos adquiridos.

vUso do dicionário
  Para atender como se consulta um dicionário e saber em que situação pode usar os significados de determinadas palavras.
vRede de ideias
  Esta seção retoma um dos conceitos trabalhados na unidade e o desenvolvimento de forma interdisciplinar, em conexão com outras áreas do saber.
vConvivência
  Quatro das oito unidades terminam com esta seção. É o momento de refletir sobre valores e atitudes que vão contribuir para que o aluno se torne um cidadão consciente e participante.
vGlossário
  Algumas expressões ou termos considerados mais complexos são explicados logo após o texto correspondente.

Gêneros textuais abordados no livro

vContos de aventura
vAutobiografia e biografia
vPoesia
vNotícia e reportagem
vDiário de viagem
vContos folclóricos
vCordel
vCrônica

OS 4 EIXOS

Prática de leitura.
Sugestões de leitura  

Práticas de linguagem oral.
Conversa vai conversa vem…

Prática de análise e reflexão sobre o uso
Palavra puxa palavra

Prática de produção textual.
Gente que faz




REFLEXÃO A LUZ DO TEXTO TRABALHANDO TIPOS/GÊNEROS TEXTUAIS EM SALA DE AULA: UMA ESTRATÉGIA DIDÁTICA NA PERSPECTIVA DA MEDIAÇÃO DIALÉTICA
CALDAS, Lilian Kelly

     CALDAS, deixa claro que o trabalho em sala de aula deve ser mais atrativo, para tanto, perpassa pela visão de uma metodologia de mediação dialética, que consiste tornar o saber  científico em algo ensinável pelo professor, a fim de que o aluno ao passar pelas etapas existentes entre o imediato e o mediato sistematize e torne este saber utilizável.
      É comum que os textos sejam trabalhados em sua forma mais simples nas escolas, mesmo após ter sido considerado como objeto principal de estudo em nosso país, muito enfatizado nos  PCNs de língua portuguesa. Quanto a isso, a autora, declara que o professor deve ampliar sua visão no tocante a abordagem do texto em suas dimensões de produção/leitura e significações mais do que em suas propriedades formais. Ressalta que trabalhar os gêneros textuais em sala de aula é uma excelente oportunidade de se lidar com a língua nos seus diversos usos cotidianos.
         Com base nas declarações acima, concluímos que o livro “Projeto Prosa do 4º ano” explora de forma notória diversos gêneros textuais, e que se utilizado pelo professor em sua total dimensão é um suporte excelente para um trabalho dinâmico e amplo no que diz respeito ao envolvimento do aluno em situações concretas de uso da língua.


Análise a partir dos PCNs

 De acordo com os PCN’s, os diversos campos da Língua materna devem ser trabalhados durante a vida escolar de forma contextualizada. Sugere-se que dentro de um texto estejam imbricados diversos conhecimentos lingüísticos como, por exemplo, conhecimentos gramaticais. Observamos que no livro em análise, a gramática foi tratada dentro de um contexto reflexivo de uso lingüístico corrente. A despeito de se verificar o uso de um subtítulo para gramática, constata-se que as atividades pressupõem reflexão dentro do uso em um determinado gênero textual. 

Exemplos do livro

Um destaque importante e positivo em relação ao livro é a seção Raio X da escrita, que finda a unidade de estudo com a possibilidade de relembrar o que foi estudado para que se possa em atitude de revisão, verificar algumas possíveis incoerências em relação ao material escrito produzido pelo aluno.
          Ao trabalhar com diferentes gênero textuais, o texto corrobora para reflexão sobre as diferentes variações lingüísticas regionais do pais de maneria que torna possível a reflexão sobre o respeito que se deve ter aos falares brasileiros e ainda torna possível que os alunos num divertimento de brincar de ser... descubram variadas maneiras de organizar-se linguisticamente, adequando suas falas a diversas situações comunicativas, tornando-se capazes de inserir-se em diversos contextos comunicativos.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Gênero: Literatura de Cordel

Apresentação 
    Este trabalho será realizado com a turma do 4º ano, no período de um mês como efetivação do conteúdo proposto no planejamento de curso, no que diz respeito à participação dos educandos a valorização da cultura brasileira e a produção textual.

Objetivo Geral:
Difundir a arte literária da literatura de cordel entre os alunos
Despertar o interesse pelo Gênero textual cordel.
Objetivos específicos:
Identificar a literatura de cordel e a situação de comunicação social em que é utilizado;
Reconhecer a estrutura narrativa;
Desenvolver habilidades de produção textual criando personagens;
Observar os traços da oralidade na elaboração textual do cordel
Conhecer vida e obra de cordelistas
Descobrir dados da vida sertaneja, conjugando visão crítica e poética da realidade.

Material:
Escuta de um cordel (CD – Intérpretes: Caju e Castanha);
Recursos áudio visuais: televisão, internet e rádio;
Materiais para confecção dos cordéis: cola ,tesoura, lápis de cor, barbante etc.

Desenvolvimento:

1ª Etapa
 Escuta do cordel lido pelo professor.

Cordéis para ler:

Interpretação oral com perguntas: Como se chamam textos como esse? É escrito   em verso ou prosa? Qual é o tema do texto? O que faz com que esse texto faça parte da literatura popular?

Exposição sobre a origem da Literatura de cordel, os principais cordelistas, os temas discutidos nesses poemas e a estrutura do cordel e sua história– questões de versificação e sobre a xilogravura.

2ª Etapa
 Pedir que os alunos tragam pelo menos um cordel por grupo para que se faça uma Leitura interpretativa dos cordéis.
Recontagem do cordel.
3ª Etapa
Exibição de vídeo sobre literatura de cordel.
       Ouvir música do Luiz Gonzaga para poder conhecer um pouco da realidade nordestina e depois pedir que façam uma pesquisa referente a como é o nordeste brasileiro e que apresentem em forma de seminário. Produzir um mural com os trabalhos.
Cordéis para ler:

4ª Etapa
Atividade escrita de análise linguística e literária.

Pedir que os alunos leiam os cordéis e encontrem formas linguísticas que fogem ao institucionalizado, mostrando as falas regionais. 

Fazer reflexão sobre a discriminação que muitas vezes é vista quando se foge ao padrão institucionalizado.

5ª Etapa

Verificar se há algum conhecido nas redondezas da escola que faça cordéis e convidá-lo para uma entrevista na escola.

Criação de cordéis e socialização com a turma
Sequência didática de Produção de texto

Avaliação

Os alunos  serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:
Participação e interação;
Articulação oral, capacidade de expor suas idéias de forma coerente;

Elaboração do cordel.
 










quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Gêneros Textuais



Para enriquecermos nosso conhecimento a respeito do tema Gênero e Tipologia textual, abordado na última postagem, trago um vídeo que trata do assunto, seus conceitos e ainda aborda concepções e como eram didividos os textos na antiguidade clássica.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Gênero Textual e Tipologia Textual

SILVA, Silvio Ribeiro

Esta reflexão tem o objetivo de confrontar o texto de Silva e os slides, ambos disponíveis nos links abaixo.

Texto disponível em :
http://www.algosobre.com.br/gramatica/genero-textual-e-tipologia-textual.html

Os slides você poderá encontrar em :
 http://www.slideshare.net/luciane239/generos-textuais-presentation


     Silva, em seu texto, pretende desenvolver uma discussão a respeito do tema Gênero Textual e Tipologia Textual confrontando as idéias de dois autores. Com base nisto, traz as considerações apresentadas por Marcuschi e Travaglia.
     Marcuschi, adepto ao Gênero Textual, explica o termo como prática de ação sócio-histórica que, de forma funcional agrega-se nas culturas, caracterizando-se muito mais por suas funções comunicativas, cognitivas e institucionais do que propriamente por seus detalhes estruturais e linguísticos. Esclarece que no Gênero Textual podem existir tipos, e que por sua vez, o trabalho com a Tipologia Textural torna limitado e problemático o ensino.
     Em contraposto com as idéias acima citadas, Travaglia nos expõe a concepção de Tipologia Textual como algo capaz de estabelecer interação, um modo de comunicação. Defende o trabalho com a Tipolologia Textual, visto que, textos de diferentes tipos se estabelecem devido à existência de diferentes formas de interlocução, tornando-se fundamental o emprego de variados tipos de texto para o desenvolvimento da habilidade de comunicação.
     Marcuschi define Tipologia textual como termo que designa uma espécie de sequência teoricamente  definida pela natureza linguística de sua composição.
     Em suma, Gênero Textual estabelece-se como sendo todo e qualquer texto, independente ser sua natureza literária ou não.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pegando o gancho sobre desenvolvimento das habilidades de leitura, da última postagem, trago um vídeo do projeto de leitura da E.E Américo Valentim Cristianini, que tem as histórias do menino maluquinho- Ziraldo- e traz também a biografia do autor.
Você pode ler uma história por dia ou todas em um dia! :)


Projeto de Leitura Ler para Aprender 2012 - Homenagem à Ziraldo

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

CORSINO, A abordagem das diferentes áreas do conhecimento nos primeiros anos do ensino fundamental. Salto para o futuro, Anos iniciais do ensino fundamental,Brasília: MEC, ano XIX, pp. 29-42, setembro/2009.

 Disponível em:                    http://tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/172224AnosiniciaisEF.pdf


     O texto de CORSINO, de modo geral, traz a tona uma ideia de reflexão e discussão a respeito das diferentes áreas do conhecimento nos primeiros níveis do Ensino Fundamental, e busca, através de um relato vivido por uma turma do segundo ano, abordar aspectos concernentes à iniciativa do professor quanto à curiosidade e interesse trazidos pelo aluno. A partir disto, a autora detém-se em temas que diz respeito à flexibilidade do planejamento de aula, além de apresentar os conceitos espontâneos e científicos de Vygotsky.
       Inicialmente, a autora relata a experiência vivida por uma professora do segundo ano, que gira em torno da curiosidade que a turma teve no pote cheio de lagartas levado por um dos alunos. O interesse da turma pelas lagartas fez com que a professora desenvolvesse um projeto em torno da metamorfose das lagartas que incluía  observação, pesquisa, relatórios, construção de textos, troca de experiências, etc.
      A autora pretende enfatizar a construção coletiva do conhecimento e desmistificar a cultura comumente aceita, do professor como detentor do saber e a criança como mero receptor. Deste modo, traz-se a ideia da criança não como sujeito que não sabe, mas como alguém que possui uma carga de vivências e é capaz de produzir e participar ativamente da cultura, transformando-a continuamente.
     A partir daí, Corsino  faz uma reflexão sobre a importância do professor mostrar interesse por aquilo que é trazido pelo aluno, tendo em mente que seu planejamento deve ser flexível e aberto àquilo que está fora do planejado . Neste caso, a professora sabiamente usou a curiosidade dos alunos pelas lagartas para reelaborar seu planejamento de forma a integrar as diferentes áreas do conhecimento, o que poderia, segundo a autora partir também de um texto literário , ou poema que falasse sobre metamorfose.
   Aponta que experiências como essa são oportunidades únicas de articular as diferentes áreas do conhecimento. É a partir da curiosidade que o interesse é despertado na criança proporcionando o alargamento das aprendizagens e desenvolvimento das capacidades. Assim sendo, é fundamental que o professor esteja atento aos interesses do grupo a fim de tornar o cotidiano significativo e eficaz.
     Citando Vygotisky, apresenta a formação dos conceitos como elo central do processo de aprendizagem. Sendo assim, aponta duas categorias de conceitos:
Conceitos espontâneos- construídos cotidianamente pela ação direta das crianças sobre a realidade que elas experimentam e observam;
Conceitos científicos- construídos em situações formais de ensino-aprendizagem.
Vygotsky (2000) observou que, embora as crianças consigam operar espontaneamente com uma série de palavras, elas não têm consciência da sua definição, ou seja, não conseguem tomar consciência do seu próprio pensamento.
     Por fim, a autora explicita a relação entre educação e cultura, que consiste em um conjunto de práticas significantes. Nesta perspectiva ela discute o currículo como seleção cultural da escola. Para tanto, o currículo é um aparelho de grande importância no processo de construção da identidade do aluno e cabe a escola organizar e adaptar elementos culturais a serem transmitidos às novas gerações.

Textos relacionados as habilidades de leitura nos anos iniciais do ensino fundamental.


Separei um link com as obras do Ziraldo, que acho o máximo, e alguns outros autores. Os temas são ótimos para trabalhar as habilidades de leitura no ensino fundamental.


http://ziraldo.com/livros/livrosaz.htm


Editado pela primeira vez em 1986, conta a história de dois amigos de cores diferentes que crescem juntos.
"Sua pele era cor de chocolate. As bolinhas dos olhos pareciam duas jabuticabas: pretinhas. Os cabelos eram enroladinhos e fofos. Pareciam uma esponja."

Essa história é muito interessante para se trabalhar a leitura e outras áreas, como temas relacionados a raças, povos e culturas existentes no mundo ou mesmos as diversidades culturais e raciais do nosso país.





quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Alfabetização e Letramento


MONTEIRO, Sara Mourão. BAPTISTA, Mônica Correia. Alfabetização e Letramento, Salto para o futuro, Anos iniciais do ensino fundamental, Brasília: MEC, ano XIX, pp. 10-28, setembro/2009. Disponível em: http://tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/172224AnosiniciaisEF.pdf


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